Nas trincheiras da pele picada
Pensem numa guerra injusta. Pensem de novo. E não vão achar achá-lo melhor ilustrado do que na relação parasítica dos desgraçados destes mosquitos contra meu corpo nu e exposto. O problema é que me sinto um burro indefeso. Um ser irracional contra o Einstein alado da dengue. O que fazer então? Sentar, chorar e pedir que sapos e lagartixas venham a meu derredor como anjos acampados. Eu me sinto como num exército de um homem só, uma mão, um chinelo, outra mão, um sapato. Eu posso ver meu destino chegando ao longe: aviões nazistas bombardeando picadas sobre minha pele sitiada. E me parece que eu sou a causa desta guerra, mas não fiz nada. Eu estou sentado e parado, como sempre fiquei, e não faço mal a nenhum ser voador, seja qual for. Tá me parecendo que eles tem uma rixa antiga comigo. Mas não me lembro de nada que fiz. Então que eles sejam homem e falem na minha cara, e me façam lembrar. Pois é, isso nunca vai acontecer, não são homem o bastante.
Heheh. Mt bom
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